Pena que eu tenha MEDO de pedalar em Porto Alegre. E não é de agora - tendo como referência o incidente do doido que atropelou os ciclistas do Massa Crítica (ou nem tão doido, mas isso é assunto pra outro post).
Desde sempre é perigoso pedalar por estes pagos. E não dá nem pra colocar a culpa só nos condutores - pois eventualmente também sou uma! Vivemos numa cidade que mal tem espaço para os carros. Muitas vezes, simplesmente não se vê que tem um ciclista trafegando até estar em CIMA dele!
Ok, ok, se houvesse menos carros andando sobraria mais espaço para as bikes, como sugere a foto. Mas numa grande metrópole (uau!), ir de bike da Restinga até à Medianeira, que seja, é um grande percurso.
Penso que esta é uma questão mais profunda... e a "culpa", se é que isso é uma questão de culpabilidade, é de todos nós!
Vivemos em uma sociedade em que o carro dirigido mede o status do condutor. Todo mundo quer ter um carro. Até eu. Mas antes de assinar o talão de cheques, pensei em todas as prioridades da minha vida - e descobri que neste momento, uma delas não é ter um carro.
Por questões financeiras, sim - IPVA, seguro, manutenção, combustível, etc., de saúde mental (dirigir, nessas condições de tráfego, é extremamente danoso e estressante) e integridade física - desconheço estatística de morte por acidente no trensurb ou nos ônibus de linha que frequento em Porto Alegre. Já as mortes e acidentes na BR-116, meu vai-e-vem diário...
Mas vale a tentativa de mudar! Se nunca se tentar, nunca se iniciar um movimento nesta direção, nunca evoluiremos. Isso que nem citei a questão ambiental até aqui, que sim, é o ponto fundamental dessa mudança de paradigma.
Por um mundo mais limpo e verde, vá de bicicleta - ou de trem, ou de ônibus, à pé...
